domingo, 24 de janeiro de 2010

Sonho: Participar de um protesto

    Eu não era íntima da política,mas reclamava os meus direitos;eu queria mudar o mundo,mas não sabia por onde começar,eu não conhecia o comunismo e falava mal de quem fazia protestos porque associava às arruaças de estudantes que não tinham o que fazer,já que meus pais e os pais dos outros haviam lutado e conseguido "tudo" o que precisávamos.Eu estava inteiramente enganada.
     Quando alguns militantes entraram em minha vida,foi apenas em um dia que minha visão política mudou e eu deixei de ser alienada e ignorante.
      Me levaram para um protesto contra um político corrupto que estava prestes a ganhar impunidade;o que me fez entender o que é corrupção, e o que os estudantes estavam fazendo naquela tarde quente de uma quarta-feira não era tumulto nem bagunça,era nosso direito e eles estavam certos porque nem tudo que nossos pais conseguiram podemos ter.
      Aquele protesto foi elementar em minha vida.Os jovens cantando o Hino Nacional,o carro de som,as faixas,os cartazes coloridos com as cores da bandeira. Eu observava pensando no futuro.Como seremos daqui à vinte anos?O que esperamos dos nossos filhos?O que eu vou ser quando crescer?


       OBS: Eu tinha apenas quinze anos quando isso aconteceu.E hoje faço parte de diversas lutas, sou da diretoria do conselho comunitário do bairro que moro,e sou uma jovem que acredita na mudança do país!

MARA FARIAS

domingo, 17 de janeiro de 2010

Sonho: Andar de Caminhão

      Eu tinha três anos,meu irmão havia viajado com minha mãe porque ela foi ter bebê na cidade que nasceu. Eu fiquei com meu pai,fomos buscá-los após o nascimento do meu novo irmão,e isso se tornou a maior aventura da minha infância (até hoje esse fato me vem na lembrança).
      Chegamos numa pequena cidade chamada Tacima, na Paraíba,descobrimos que o ônibus que nos levaria à Araruna já havia subido a serra e só teria outro a noite. Um caminhoneiro tinha acabado de parar na praça que ficava na frente de uma igreja.O caminhão tinha a cabine amarela (meu pai teima dizendo que é vermelha e que transportava lenha), transportava animais,porcos,galinha,verduras amassadas,ele vinha da feira. O caminhão era enorme e o barulho do motor era suave.
       Meu pai comprou um saco de balas e deu um agrado ao caminhoneiro,que eu não lembro o rosto dele.Meu pai me colocou com todo cuidado na boleia, botou as duas malas e subiu rapidamente.Falou para eu segurar forte nas grades atrás da cabine do caminhão. Eu estava realmente feliz,subimos a serra,estava frio,dava para ver a paisagem encoberta de névoa,poucos carros passavam,meu cabelo voava e o vento batia em meu rosto gelado.Eu olhava meu pai,ele era perfeito.Um herói,meu ídolo.Porque a minha vontade era de dizer:" -Obrigada papai!" Mas o silêncio se fez quase toda a viagem.O cabelo dele é liso e voava, eu gostava de acariciá-los quando estava com sono...

MARA FARIAS

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O porão da mente (coisas que eu não devia comentar)

O cérebro é um porão que guarda coisas velhas,quebradas,raras,esquecidas...A mente é um baú que fica nesse porão.Quando está muito pesado dá uma grande dor de cabeça e a gente nunca consegue encontrar o verdadeiro sentido do que estávamos a procurar,não é estranho?



A vida é assim mesmo...A gente procura,procura,e acaba se perdendo.O cérebro comanda tudo isso: As emoções,como quando trememos,as mãos quando ficam enrugadas ao serem molhadas,a pupila dos olhos quando dilatam, quando o coração bate mais forte ao falar,ao desejar. O cérebro comanda os sentidos de andar,comer,sentir aromas,mover objetos,arrepiar-se. É realmente surpreendente! Será que somos amarrados à aculturação de nossa  mente?-E se eu ficasse num lugar que eu não pudesse falar?apenas pensar,comer e ver?ficar calada ao som dos passos dos outros,receber e escutar o que as pessoas me dissessem;o que seria de mim? Eu me tornaria uma escrava da palavra,uma cobaia,uma alienada?

MARA FARIAS

Amor Platônico


Eu penso em você,
Eu te vejo na TV,
Nunca vivemos nada,
Eu moro na Antártida,
Você no Norte,
Não dá pra viver um amor tão forte!

O amor é platônico,
Te vejo nas novelas
beijando aquelas garotas...
É tudo mentira
mas desse tipo de amor é sempre uma fria.

Eu penso em nós dois,
nos beijando também...
Mas um astro de TV
não pode amar ninguém.

Eu moro no Alasca
lá é tão frio,
e você não tá comigo.
Eu pareço um fã louca
querendo te namorar...

Nunca iremos nos encontrar,
Aqui não é um filme de amor,
Um amor impossível pode ser,
mas um encontro não dá...

Vai ficar no papel de um diário,
no anonimato de uma adolescente sentimental,
vou viver a minha vida normal
de um grande arranha céu...

MARA FARIAS