domingo, 31 de março de 2013

O GOLPE CERTEIRO




Quantas vezes me mataram
com palavras sujas de lama?
Quantas vezes me mataram
nas ruas lavadas de sangue?
Quantas vezes me mataram
com um golpe certeiro
de fuzil frio... no peito?
Quantas vezes me procuraram
em páginas do folhetim diário?
DESAPARECIDA!PROCURA-SE!
ONDE ESTÃO MEUS FILHOS?
Ai de quem fale sua opinião,
Ai daquele que olhar de lado
e ver a contradição...
Quantas noites dormi no escuro
e cantei pra te acalmar?
Te abracei como quem embrulha
um filhote e dividimos a pouca comida,
e por ter sobrevivido não somos privilegiados,
Ainda lembro os gritos dos mortos e desaparecidos,
dos amigos torturados...
Mas ainda canto com fervor a canção que me deixaram,
É a canção da esperança cantada por aqueles que tombaram,
É a canção da esperança cantada por aqueles que ficaram,
É a canção da liberdade cantada por aqueles que acreditaram,
É a canção da juventude que cantam por aqueles que lutaram.

MARA FARIAS

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