quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sonho: Testemunhar um Nascimento


Eu tinha apenas cinco anos,meus irmãos menores quatro e dois anos.Éramos unidos,brincávamos sempre juntos,ás vezes de boneca,ás vezes de carrinho ou outra brincadeira ,nunca fizemos nada sozinhos!
Sempre gostamos de animais.Naquele tempo,criávamos uma gata,a qual não lembro o nome,ela estava prenha,teria um monte de filhotes,a barriga dela estava enorme!
Naquela manhã,acho que era uma manhã escura de um inverno chuvoso.A gata sumiu.Sentimos sua falta.A procuramos em todos os lugares.E não a encontramos.
Até que a porta da sala abriu e ela estava lá,no canto,encolhida,sentindo as dores do parto.Meu pai,montou uma manjedoura para ela com panos,numa caixa de papelão,com todo cuidado que um dono pode ter com seu animal.
Eu e os meninos não conseguimos ficar longe,ficamos de cocoras e vimos a cena:O primeiro gatinho saiu,estava dentro de uma bolsa transparente.Ela com todo cuidado,retirou a bolsa com a língua e limpou o filhote.Um a um foi saindo,nasceram três,mamando vorazmente e tentando andar...
A placenta saiu,era um bolo de carne enorme,ela comeu,sentimos nojo,mas não foi motivo de desistir de ver a cena. Ela lambeu os filhotes até ficarem secos.Ficamos lá,com eles,até cansar de ver tantas fofurinhas.

MARA FARIAS

sábado, 26 de dezembro de 2009

A ceia de natal


Faziam cinco anos que não nos encontrávamos.Somos quatorze,mas o natal tornou-se banal e nunca mais tinhamos nos reunido nessa época.
Pensando nisso,resolvemos nos encontrar e fazer um amigo secreto.Deu briga,quase ninguém apareceu...resolvemos fazer o sorteio no dia da ceia.
Todos foram,ninguém faltou,o natal em família aconteceu,rezamos em volta da mesa,cantamos parabéns pra Jesus e choramos muito com o reencontro...o amigo secreto rendeu muitas lágrimas.
Dei um presente especial a minha avó que vai fazer uma cirurgia,doei meu sangue,por ela eu faço muito mais.Acho que esse foi o meu primeiro natal de verdade depois de tantos anos.Eu queria que fosse assim sempre com todas as famílias.Queria que nunca mais brigássemos,mas somos uma família louca e sempre teremos desentendimentos,diferenças e brigas sem sentido.
À meia-noite desejamos Feliz Natal e ligamos a quem estava distante!
Estendemos a nossa comemoração no dia seguinte com um almoço muito louco também!Muita discussão...Mas sabe de uma coisa? É disso que eu gosto,a bagunça na cozinha,cada um dizendo que sabe mais,o papo científico e geográfico,as cunhadas falando de moda,comida,hospital,os homens com piadinhas sem graça,as cadelinhas correndo pela casa,os mais novos nem falo que faço parte dessa turma maluca...Somos a melhor família do mundo!

MARA FARIAS

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Uma vida que se foi


Essa vida tinha 23 anos,estudou com a gente e nos separamos. Depois o contato voltou.Uma ótima amizade;faculdade,novas experiências,alguns noivando,casando,fazendo famílias...Outros em festas,badalações e muita cana!
Naquele sábado, a galera saiu para uma festa, e que festa ótima para quem estava solteiro,muitos gatinhos e gatinhas,e para quem estava afim de curtir,bebida e forró a vontade.
- Vamos embora?-disse uma das amigas enfadada.
- Te levo!-respondeu um amigo aparentemente sóbrio.
- Nós também vamos!-outras duas falaram.
-Então bora!
Eram quase três da manhã.O carro estava em alta velocidade,muitas rizadas e alegria naquele ambiente. De repente um carro fechou a frente deles,com pressa de esperar nosso amigo tentou passar a frente.Os carros bateram,foi uma tragédia,duas das meninas voaram do carro,o motorista e a outra ficaram presos no automóvel...Uma das que voou pra fora abriu a cabeça e logo morreu,essa era a vida de 23 anos e a outra teve fraturas horríveis por todo corpo.
Eu ainda estava na festa e não sabia do que tinha acontecido.O telefone tocou,era uma das meninas que havia ido embora. -Sofremos um acidente!
Saí correndo de lá com mais alguns amigos para ajudá-los.
Quando cheguei no local do acidente,eu não acreditei: A minha amiga havia morrido. Passei um tempo na estrada desesperada,chorando e gritando por essa vida tão impotante na minha. E pensar que só nos abraçamos quando ela saiu da festa. Eu nem disse que a amava. A ambulância chegou,levando as minhas amigas,a polícia já estava lá,fez o teste do bafômetro no motorista,ele tinha ultrapassado o limite de álcool no sangue,estava bêbado e foi preso.
Agora ficaram apenas saudades de uma vida, vítima de mais um acidente causado pelo álcool.
Faço um apelo à quem está vivo: Diga que ama antes que o outro morra e você não saberá mais o que dizer.

MARA FARIAS

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Os bebês não podem esperar!


Essa foi a frase mais dita na passeata que reivindicou a reabertura da maternidade do bairro de Felipe Camarão,que está à cinco meses fechada por questões burocráticas: uma pintura externa.
Esse foi um trabalho da diciplina Saúde e Cidadania (SACI) da UFRN,alunos,população,crianças,agentes de saúde e o PDA,todos juntos por essa causa nobre e urgente. Nessa ocasião,os moradores reclamaram os votos que deram à prefeita Micarla de Sousa, falaram também dos prêmios que a maternidade ganhou,um nacional e outro internacional,como o parto humanizado.
As lideranças do bairro estavam presente e frmaram uma comissão de acordo para falar com os encarregados da prefeita,''pois eu sei que a prefeita não vai dar nem as caras''.Disse um dos moradores do bairro.
As Crianças da Escola Estadual Maria Luíza,saíram em coro com a palavra "ABRE!" e apitando. Foi uma bela manifestação.
No fim,apareceu um certo homem que é contra todo tipo de expressão,um verdadeiro baba ovo das autoridades.Quando ele falou, gritamos: "FORA!". Mas essa é uma batalha que o povo de Felipe Camarão vai travar por muitos anos além de outras.

MARA FARIAS

Cazuza - Quem lembra o quê?

Acabei de assistir o programa semanal da Rede Globo,Por Toda Minha Vida,apresentado por Fernanda Lima.O programa fala da vida dos artistas brasileiros que morreram no alge de suas carreiras.
Hoje,foi a vez de Cazuza. Já falaram muito da vida dele,falaram de suas loucuras,dos seus amores...tudo isso eu já sei.Sei da sua marca de Ultra-romântico e da força que ele teve diante a doença que assustava à todos. Cazuza só é lembrado por esse motivo.Sou fã,não das coisas que ele fazia,era a vida dele,fazia parte do seu eu interior,não temos nada a ver com suas festas,seus amantes,suas farras febris. Eu sou fã da música boa,da música de um poeta brasileiro,que escrevia para brasileiro,Cazuza era um patriota sarcástico,amor ao país mas sem perder o tom jamais. O que dizer daquele tempo?Infelizmente não vivi,meus pais viveram mas não do jeito que eu quis,a lembrança maior é de um louco pulando na televisão,cantando coisas loucas,falando de amor e sexo,pedindo paz e direitos iguais,falando do que ninguém queria falar. Drogas?AIDS?Arruaças?Bebida?LGBT?Por que não?Dizer não à algum desses é convenção e tentar não falar de outros é preconceito! Comparo Cazuza à Geize,a moça do micro-vestido.Ele querendo viver como o vento e Geize querendo ser livre pra vestir o que quiser. Então por que acham lindo o que Cazuza fazia e repugnam o que Geize veste?Só por ele ser famoso?DIREITOS IGUAIS!E as pessoas,com sua ignorância esplêndida não absorvem o respeito ao próximo e matam quem está ao seu lado com preconceito e convenções que foram assinadas por pessoas cheias de por quês!

MARA FARIAS

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Para minha alma gêmea


Cadê você?
Onde você está?
Como é o seu jeito de ser
ou seu modo de falar?
O seu sorriso é torto?
A maneira de olhar
ou suas mãos,
que nem sei como são...

Onde você mora,
Que livro você lê,
O que você quer ser?
Qual é o seu sonho,
O que você vai dizer ao me ver?

Se você aparecer,vai falar,
vai me conhecer ou vai me esnobar?
Queria tanto estar com você,
Mas nem sei onde estás,
Nem sei onde te encontrar.

MARA FARIAS

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Indignação

Eu ando indignada com o mundo,
Eu ando indignada com a vida,
Não acredito nas pessoas,
Não acredito nas verdades mentirosas.

Eu ando triste por essas ruas esburacadas,
Eu sou exilada das informações,
Eles só fazem burradas,
Eles mentem na televisão.

Eu ando de buzão e sou roubada,
Eu ando a pé e ou estuprada,
Eu ando de avião e caio no chão,
Eu não saio mais de casa
e fico presa como ladrão.

Eu faço o bem
E sou ladrão,
Eu cumpro as leis
E sou ladrão!
Todos os anos elejo um ladrão...

MARA FARIAS

domingo, 1 de novembro de 2009

A morte - O Fim o Meio o Começo

No Fim,a gente morre sem saber o que foi a vida
A gente morre sem ter fechado uma dor na vida
A gente morre sem ter vivido um grande amor
A gente morre procurando o que nunca encontrou.

No meio,nos perguntamos porque nascemos,
Por que viemos ao mundo para sofrer,
Por que amamos errado,
Por que não tem ninguém ao nosso lado.

As respostas surgem no começo,
E tudo acaba quando começa,
Tudo começa quando termina.
É que vivemos para morrer
E vamos embora para não sofrer.
Mas sofremos pela morte,
Por quê?
Melhor terminar o que nem iniciei,
Sei que um dia este papel rasgarei,
Então,porque comecei?

MARA FARIAS

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Em brigas conjugais temos que meter a colher sim!

Em um domingo calmo, fui visitar uma amiga. Ela também é muito calma e fala muito devagar. 
A família dela é típica:pai,mãe,irmãos...perfeitos.Até eu descobrir que o pai é alcóolatra,trata mal a esposa escravizada e os filhos correm com medo dele.

Chegou em casa,caindo pelos cantos,bêbado!A mulher já estava chorando,todo dia é assim,a conversa animada parou e de repente ouve-se barulhos na cozinha,berço de qualquer conversa e discussão,todos escolhem a bendita cozinha!Cadeiras rolaram pelo chão,tudo foi arremessado com toda força pela fúria da mulher,mas a sua força tornou-se fraca,logo sentiu uma pontada no peito e precisou ser amparada pelas filhas e quem mais estava lá.
Para não tumultuar,tirei a criança que estava no meio daquela cena conjugal terrível,a criança chorava e eu não podendo fazer muita coisa abracei-a e fiquei calada por alguns momentos,enquanto vi o pai bruto ir para o jardim da casa fumar. Eu o olhei enfurecida,mas preferi ficar calada quando a menina calma e sem fala,gritou:-Eu quero um pai de verdade!
Ele respondeu: - Eu vou embora!
Ela gritou mais alto:-Você é um bosta,não um pai!-e bateu na porta com força.Eu quase aplaudi a garota,nunca pensei que ela pudesse ter tanta força.
O pai levantou o braço para reprimi-la pela audácia,ele viu que eu estava lá e baixou o braço;eu já tinha me levantado para salvá-la mas não foi preciso.
A essa altura,a mulher já havia se acalmado com um calmante potente,dormiu.Pelo menos em seus sonhos,ela esqueceria aquela lamentável cena. As filhas choravam descontentes com o fato ocorrido,lembravam de no dia anterior estar todos na sala cantando e sorrindo.
A criança também dormiu em meus braços.O pai não foi embora.Eu deixei o telefone da delegacia da mulher,e que se fosse preciso ligassem,mesmo que doa.
Saí de lá quando elas já tinha arrumado a bagunça da cozinha e estavam calmas.

Esse é o quadro da maioria das famílias que povoam Felipe Camarão e outras adjacências que não tenho conhecimento.É a chamado PATRIARCADO! O pai manda,a mulher e os filhos obedecem sem contestar. Fico triste,pois acredito na democracia e reeducação familiar onde todos tem direito às opiniões.
Uma sociedade igualitária começa em casa.

MARA FARIAS

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O pastoril arrasa!


Cidades
Edição de sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Alfabetização no posto de saúde Unidades vão além de seus serviços de atendimento para contribuir com formação da comunidade
Sílvia Miranda Especial para o Diário de Natal

Diversos projetos sociais desenvolvidos nos postos de saúde de Natal procuram gerar oportunidades para os idosos. A alfabetização da aposentada Cleônia Alves de Oliveira, 69 anos, é o exemplo do trabalho desenvolvido pela Unidade de Saúde da Família Nordelândia, no bairro de Lagoa Azul, Zona Norte de Natal. Cleônia conta que não imaginava que um dia fosse aprender a ler e fazer contas. "Eu já havia estudado em outros lugares, mas os professores não tinham paciência com os idosos e eu acabava me desinteressando. As professoras do posto de saúde são muito pacientes e compreensivas, dessa forma as aulas se tornam bastante prazerosas". O trabalho realizado com Cleônia foi apresentado ontem através da leitura de poemas durante o I Encontro Sobre Saúde e Envelhecimento, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no Departamento de Enfermagem da UFRN, em comemoração ao Dia do Idoso (1º de outubro).


Cultura

Durante a programação do encontro, houve apresentação cultural do trabalho desenvolvido pela Unidade de Saúde de Felipe Camarão. É o projeto Promovendo Saúde Através da Cultura que conta com a participação de 110 pacientes, além de cinco profissionais. O trabalho conta com a participação de 62 idosos que dançam, cantam e até fazem graça na dança do pastoril.

"O grupo conta com idosos, adolescentes e crianças que ensaiam uma vez a cada mês. O nosso objetivo é promover a relação entre gerações desmistificando a ideia imposta pela sociedade de que o adolescente não é capaz de se relacionar com o idoso", explica o agente de saúde Rudnilson Cândido, responsável pela coreografia. Segundo ele, essa interação junto aos exercícios físicos que a dança exige contribui para uma melhora na qualidade de vida dessas pessoas. Foi o que aconteceu com a aposentada Geralda Lourenço, 72 anos, que participa do projeto desde a época que foi criado, há cinco anos. "Eu sofria muito com pressão alta e depois da dança nunca mais tive esse problema", acrescenta.

Experiências

De acordo com a secretária adjunta de Atenção Integral à Saúde da SMS, Ilza Carla Ribas, a intenção desse encontro é trazer experiências das unidades de saúde para que elas possam ser adotadas por outras. "Essas políticas são muito importantes para que o idoso possa receber um atendimento melhor. Eles são realizados de forma fragmentada, nossa intenção é apresentá-los aqui para que eles possam atuar de forma segmentada na rede básica de saúde".

Ela destaca o projeto desenvolvido pelo Centro Especializado de Atenção à Saúde do Idoso que se preocupa em trabalhar com as pessoas que cuidam dos idosos.

--------------------------------------------------------------------------------

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ser diferente

Sou diferente...
Existo para ser,
Tenho muitas coisas em mente,
Muita coisa que eu quero fazer...

Fazer a diferença é um dom:
Andar de trás para frente,
Viver contente,
Dizer que nem tudo é bom.

Ser diferente é sorrir,
Sorrir para o mundo,
Falar na hora errada
Falar de tudo, falar nada...

Ser diferente é viver com as diferenças,
A vida é feita de diferenças,
de caras,bocas,pensamentos,vivências,
A vida da gente é feita com diferença.

MARA FARIAS

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

EU



Já não sou um bebê,
O mundo me fez amanhecer.
Serei eu,
A pessoa que irá mudar o mundo
de um jeito espetacular:
Mudar a vida,
Aprender amar,
Rir à toa
e não aceitar as coisas como são,
Fazer acontecer
e mandar no coração,
Amar o amigo e também o irmão,
Rasgar o verbo
e ter uma ideia fixa na mão,
Afastar o nervosismo
e mudar a situação.

Nem quero saber como será meu futuro,
É melhor esperar
e vivê-la a cada amanhecer,
É melhor esperar
e saber viver!

MARA FARIAS

sábado, 19 de setembro de 2009

Juventude- A Transformação do Amanhã




Ontem fui ao Circo Grock para participar da filmagem do programa Diálogos de Juventude,feito pelo Canto Jovem e várias entidades parceiras;dessa vez a discursão foi sobre sexualidade,com a participação de convidados muito especiais. 
Entre várias entonações,perguntas e idéias a juventude foi à fundo no assunto.
Hoje,em Felipe Camarão houve um encontro de adolescentes no PDA,que tem um grupo em formação -  é o Atitude Jovem - ,com a fala de Rudnilson Cândido,o presidente do Conselho Comunitário Padre João Maria e Shirlenne,da Posse de Hip Hop Lelo Melodia,eles começaram assim,como a gente, em reuniões,encontros,convites...
Eu amei,nunca tinha participado de um encontro desses com os adolescentes do bairro que moro,hoje posso dizer que vivencio as histórias do lugar que nasci.Saí de lá com o coração cheio de esperança, renovado e feliz porque dali sairão jovens transformadores do futuro.


Como diria Dylan

Hei você que tem de 8 a 80 anos
Não fique aí perdido como ave sem destino
Pouco importa a ousadia dos seus planos
Eles podem vir da vivência de um ancião
ou da inocência de um menino
O importante é você crer
na juventude que existe dentro de você
Meu amigo meu compadre meu irmão
Escreva sua história pelas suas próprias mãos
Nunca deixe se levar por falsos líderes
Todos eles se intitulam porta vozes da razão
Pouco importa o seu tráfico de influências
Pois os compromissos assumidos
quase sempre ganham subdimensão
O importante é você ver o grande
líder que existe dentro de você
Meu amigo meu compadre meu irmão
Escreva sua história pelas suas próprias mãos
Não se deixe intimidar pela violência
O poder da sua mente é toda sua fortaleza
Pouco importa esse aparato bélico universal
Toda força bruta representa nada
mais do que um sintoma de fraqueza.
O importante é você crer nessa força
incrível que existe dentro de você
Meu amigo meu compadre meus irmão
Escreva sua história pelas suas próprias mão.

Zé Geraldo


MARA FARIAS

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Onde a elite se encontra

Eu moro em Felipe Camarão,o maior bairro de Natal,mais conhecido como curral eleitoral para os políticos,mas essa elite só aparece por aqui em tempos de eleição,eles sabem como enganar o povo daqui. Eu estou sempre com eles,ando com eles,acompanho seus trabalhos.
Convidamos a excelentíssima prefeita Micarla de Sousa para participar de um evento no bairro,ela mandou um assessor,outro dia a convidaram para um evento na Zona Leste,onde encontrei figuras importantes,envolvidas com a arte potiguar,inseridas no futuro histórico da cidade como incentivadores do teatro,do cinema,da música;a prefeita foi,muito linda e bela,entregou um honroso prêmio e falou muita coisa ensaiada. A elite se encontrava ali,naquele espaço cheio de médias,caras,bocas e sorrisos falsos,tudo para mostrar-se bem diante aqueles amigos falsos.Todo mundo mostrando seu traje moderno,comendo pão moderno,bebendo vinho moderno e rindo de piadas modernas,eu percebi o disfarce,ninguém gosta de ninguém,é cobra engolindo cobra,são pessoas que vão apenas para mostrar uma cultura que não são delas.
O pior disso tudo é que eles mantem o círculo da arte lá mesmo,junto à burguesia,Felipe Camarão não é apenas constituído de Pastoril e Boi de Reis,nós também estamos inseridos nessas artes,porque não,construir um teatro no bairro?Porque não fazer pontos de cultura ?
Novamente convido a prefeita à pensar em trazer a cultura das elites para os bairros periféricos já que todo cineasta gosta de retratar a pobreza,então venham até nós.

MARA FARIAS

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

9° Parada Cívica de Felipe Camarão

"Estava à toa na vida,o meu amor me chamou pra ver a banda passar cantando coisas de amor"...(Chico Buarque). 
Hoje aconteceu a nona edição do Desfile Cívico das escolas do bairro de Felipe Camarão. O Conselho Comunitário Padre João Maria mais uma vez estava presente na organização do evento.
Fundação Bradesco,ENEC,CEPROL,Veríssimo de Melo,bandas de fanfarra,escoteiros e o Instituto Fé e Alegria desfilaram pelas ruas do bairro com o tema:"Pela Vida e Pela paz".

O DESFILE DAS MÃES

As mães chegam preocupadas com o horário,tiram fotos de recordação,muitos marinheiros de primeira viagem. Esse é o dia que as crianças deixam aquela alegria inocente, para fazer ecoar seus choros enfurecidos e cansados de todo aquele sol escaldante.
Uma mãe arruma o filho de três anos, passa a mão em seu cabelo e diz - "Tira a foto... - o menino morde o lábio,a mãe grita: -Ajeita a boca menino! pronto..." A criança não aceita e corre,a mãe desesperada querendo aquela foto,não podia perdê-la corre atrás do menino também. O fotógrafo fica nervoso,"moça,eu tiro depois..." - "Não,ele vai tirar". A criança corre novamente e cai no chão sujando a roupa de marinheiro que a mãe tinha lavado e engomado com tanto zelo para esse desfile,a escola é convidada à se arrumar para sair,as outras escolas estão vindo, dá para ouvir a banda tocando mais forte.
A professora recolhe os alunos para perfilá-los. A mãe olha para o filho sujo da areia fina do asfalto,e chora como a própria criança. O desfile sai e eles ficam,o sonho de ver o filho representando a escola ficou para o próximo ano ou talvez ela evite tirar fotos.

MARA FARIAS

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Feirarte


A Feira de Arte de Felipe Camarão, aconteceu pela sétima vez compondo o calendário cultural do bairro. É uma feira itinerante que acontece uma vez por mês,hoje aconteceu ao lado de uma empresa de ônibus,com a participação de vários artesãos,que passaram o dia dedicando seu tempo para mostrar seus talentos. Tivemos a participação dos estudantes de enfermagem da UFRN,do projeto SACI-Saúde e Cidadania, o projeto do PDA-Caminhos do Sol,chamado ECONOMIA VIVA,com base na economia solidária que estão se perpetuando em comunidades periféricas como a nossa . Esse projeto foi exposto em um seminário feito ontem,a empresa de ônibus Nossa Senhora da Conceição nos ajudou à lançar o jornal O Jaraguá que sempre será circulado dentro das feiras. A feira teve início ano passado,na unidade básica de saúde do bairro,idealizado pelos próprios agentes de saúde com o grupo de idosos Terapia e Arte. Artesãos, como Seu José,que faz trabalhos com jornal,Dona Madalena fazendo tapetes com tiras de pano e o picado, então...é uma delícia!Estão desde o princípio.O grupo de dança do PDA fez uma apresentação falando da natureza e o Pastoril do Peixe Boi Encantado encerrou a festa cantando com muita alegria e encanto.

Feirarte


No posto tem feira,tem roupa,
Tem música estampada em cordeu,
Poesia embrulhada com estopa,
Tem torresminho com sarapatel.


Teatro encenado na esquina,
O capoeira girando não viu,
Segredo no sorriso da menina
No encarnado e azul do pastoril.


Tabuleiro de cocada e "alegria",
Saúde aos bailos para o povo,
Que de sua arte orgulhoso,
Agora,entoa um canto novo!


Josenildo César (POETA E MÚSICO)

MARA FARIAS