Me tocou profundamente, me lembrou das dificuldades,
Do pesado tambor carregado no ônibus lotado,
Da massa trabalhadora que não sabe o que é revolução.
Essa mística tocou a muita gente,
Inclusive Dona Marinalva, mãe da turma,
Lembram dela? que faz pipoca e café
Nos oferece abraço de mãe, alento...
Um dia ela disse: - Deixem que voem!
E os passarinhos e passarinhas, meninas e meninos,
Acreditando na força e na grandeza do poderoso morro
Que corta as àguas da maré, veio o Poti, as Potiguaras...
Na figura marginalizada da periferia...
Meninas e meninos de pés no chão, com sonhos firmes nas mãos,
Segura esse pandeiro e faz o som da favela,
Segura a bandeira carregada de sangue do colega marginal,
Um dia eles serão vingados! Segura!
Mas segura bem forte a minha mão,
Ofereço sem preço, com apreço,
A mística que fizemos em uma determinada reunião,
Na verdade foram muitas, não sei qual definir...
Mas lembro nitidamente das primeiras,
Aquelas que nos batizamos, em referência a nossa história,
Lembrando o povo forte que nos construiu,
Lembrando as barreiras da contradição...
Quem disse que seria fácil construir um Projeto Popular para o Brasil?
MARA FARIAS
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