domingo, 10 de maio de 2015

A MÍSTICA



A mística que fizemos em uma determinada reunião
Me tocou profundamente, me lembrou das dificuldades,
Do pesado tambor carregado no ônibus lotado,
Da massa trabalhadora que não sabe o que é revolução.

Essa mística tocou a muita gente, 
Inclusive Dona Marinalva, mãe da turma,
Lembram dela? que faz pipoca e café
Nos oferece abraço de mãe, alento...

Um dia ela disse: - Deixem que voem!

E os passarinhos e passarinhas, meninas e meninos,
Acreditando na força e na grandeza do poderoso morro 
Que corta as àguas da maré, veio o Poti, as Potiguaras... 
Na figura marginalizada da periferia...

Meninas e meninos de pés no chão, com sonhos firmes nas mãos,
Segura esse pandeiro e faz o som da favela, 
Segura a bandeira carregada de sangue do colega marginal, 
Um dia eles serão vingados! Segura!
Mas segura bem forte a minha mão,
Ofereço sem preço, com apreço, 

A mística que fizemos em uma determinada reunião, 
Na verdade foram muitas, não sei qual definir...
Mas lembro nitidamente das primeiras, 
Aquelas que nos batizamos, em referência a nossa história,
Lembrando o povo forte que nos construiu,
Lembrando as barreiras da contradição...

Quem disse que seria fácil construir um Projeto Popular para o Brasil? 

MARA FARIAS

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