quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O SOM DA LIBERDADE

As músicas que escuto hoje não fazem mais sentido,
O bem-me-quer,mal-me-quer de arrancar pétalas
Já não me representa como algo que soa bonito,
As músicas e poesias de amor eterno e de servidão
Não, não,não... Não quero pro meu liberto coração.

Posso sentir saudade e amar profundamente,
Mas não será com ''eu estou louca e perdida sem você'',
Posso viver uma paixão intensamente,
Mas não diga que '' quero te ter pra sempre.''

Posso dizer que amo e quero bem,
Mas não diga que morrerá de amor,
Posso demonstrar mil sentimentos,
Mas não me diga que sou apenas sua.

E tudo isso que escutamos pode soar falso
Se não for vivido verdadeiramente,
Se necessitares dos postes curtidos,
De presentes nas ruas movimentadas
Ou dos manuais de amores bem vividos...

Entendes o que eu digo?

A gente não precisa sofrer nem morrer,
Não precisa prometer nem fazer escolhas,
Não tirais o direito de amar com prisão,
Não somos propriedade,somos carne,
Amar é também transformação...

Estou falando de amor... E nada mais!

MARA FARIAS

Ame-o e deixe-o livre para amar... (Doces Bárbaros)






OS SANTOS DE TODOS OS TEMPOS












Nome de brasileiro pobre,
Lembra nome de santo,
Nasceu no Rio Grande do Norte,
E veio como Carlos, Patrícia,
Aurora, Hornestino...
Desses santos que a vida
Marcou como esse menino...

Esse é daqueles santos
que pensa as gerações futuras,
É daqueles tantos e tantos
que ousou modificar as estruturas...

Santos em nome de toda a antiga geração,
Santos em nome dos que acreditam,
Santos em nome da revolução,
Santos em nome dos que chegam.

Vim aqui homenagear
O militante do Movimento Estudantil,
Lutou pela educação,causa popular,
O herói do nosso pobre Brasil.

Emanuel Bezerra dos Santos,
Nos deixou disciplina,poesia,
Nos deixou a vontade de lutar,
Coragem, exemplo,alegria...

MARA FARIAS






terça-feira, 24 de setembro de 2013

O POTENGI (VISTO DE FELIPE CAMARÃO)


Lá de cima do morro te vejo brilhando,
águas calmas e escuras no fim da tarde,
sei da tua história natural 
e teu nome lembra o nosso ancestral,
Poti, Rio dos camarões...

O ribeirinho veleja em busca do alimento,
Acorda cedo, antes do sol aparecer
E trabalha até o céu alaranjar,
O ribeirinho observa o mar...

O ribeirinho somos nós, que atravessa a ponte
para o trabalho,para a vida, para o estudo...
a gente perde a voz ao ver aquela fonte...
o vento do entardecer nos deixa mudo...

Para quem nunca viu,
Está perdendo o povo de lá,
É gente como a gente
Trabalhador,jovem,mulher...
É gente vindo de todo lugar,
Você nunca viu o que tem depois da maré?


O POTENGI (VISTO DO OUTRO LADO DA PONTE)

Está em mim, está em você, 

Está em todo lugar,

É a nossa história

O grande rio potiguar.

Os índios aqui viveram 

E foram dizimados,

Os camponeses vieram

E este espaço ocuparam.


Aqui tem muita contradição


Falta MUITO, falta direito,

Mas a gente quer a transformação

Para o trabalhador pesqueiro.

Te vejo Potengi, alimento da população

Eu me vejo no teu espelho

São águas escuras e brilhantes,

O por do sol nos ilumina...

Estar do outro lado da ponte

É saber que a labuta é todo dia.


MARA FARIAS 

*Conhecendo outros lugares...






quarta-feira, 11 de setembro de 2013

ÍNDIA TAMBÉM SOU

Sou filha de Poti,o índio Felipe Camarão,
Nasci nas escuras águas do Potengi,
das entranhas de Clara Camarão.

Sou curumim,baobá,
Eu vim lá de Sagi,
A índia Potiguar.

Sou caramuru,Guarani Kaiwoá,
Sou do Norte ao Sul,
Os remanescentes de Açu,
Já não estão mais lá...

Meu verbo é Tupi,
Língua da minha história,
Os livros pouco falam daqui,
O que sei está na memória.

Sou Tapuia do interior,
Pele escura e cabelo enrolado,
O curioso desbravador 
Destruiu o nosso reinado.

Sou resistência, mulher 
Tenho sangue da grande nação,
Ainda não destruíram o toré 
que canta revolução!

MARA FARIAS