domingo, 16 de outubro de 2011

O ÚLTIMO POEMA

A CARTA

Adriana lembrou o momento em que conversava com Larissa. Quando estava em seu quarto, arrumando algumas gavetas, encontrou um pequeno baú que servia para guardar papéis de carta. O celular tocou, era João Antônio, seu noivo: - Oi amor! Como foi a viagem?
- Muito bem, amanhã eu passo aí para sairmos... E Larissa?
- Como sempre... Agora inventou de dizer que não vai se sentir sozinha.
-Ela devia voltar para a casa dos pais.
- É. Eu já disse isso, mas é muito teimosa.
- Eu poderia passar a noite conversando com você, mas voltei cheio de trabalho, estou investigando um assaltante que anda rondando o bairro em que você mora.
- Tomara que ele passe bem longe daqui!
- Eu o pego antes!
- Claro que sim, meu herói! Bom trabalho, amor.
- Até amanhã.
Adriana voltou ao que estava fazendo, encontrou uma carta de Larissa quando fez uma viagem de intercâmbio e passaram um ano sem se ver. Resolveu abri-la e ler:

Querida Adriana,

Faz apenas um mês que os deixei, e de tanta saudade, resolvi escrever-te uma carta falando dos últimos acontecimentos. Eu não tenho muito que dizer, porque lembrei que quase todo dia nos falamos por telefone. Nesta carta, quero falar de algo que temos em comum, mas nunca paramos para conversar.
A nossa amizade parece o Sol, pois você ilumina a minha vida. Você apareceu e nunca mais saiu dela. Como posso agradecer o tanto de vezes que você me salvou das enrascadas? Ou os momentos que você me consolou quando brigava com os meus pais? Não. Eu não consigo parar de agradecer a Deus sempre que rezo, sempre que lembro nossas aventuras, dos nossos sonhos, somos irmãs! E é sempre bom contar com você, não sei como seria o mundo se não existissem Adriana e Larissa, as companheiras inseparáveis. Assim será sempre, eu e você.
OBS: Queria poder falar mais. Mas não consigo enumerar e dizer o quanto te respeito, admiro e nunca vou cansar de dizer que você é minha amiga.

BEIJOS,
Larissa

Quando Adriana resolveu guardar as coisas, abriu a mesma gaveta e encontrou um saquinho vermelho envolto de um laço rosa, abriu, o virou na palma da mão, era um escapulário com a imagem de São João Batista, protetor das amizades. Pôs no pescoço sorrindo de alegria, teve um susto ao ouvir um barulho vindo da sala, não se importou, devia ser um gato. Segundos depois, escutou outro barulho, dessa vez, não parecia gato, mas um tiro, que vinha da sala. Saiu correndo e chegando ao fim do corredor, acendeu a luz e encontrou Larissa em pé, cambaleando para trás, não tinha mais ninguém na sala bagunçada, Adriana amparou-a nos braços. Ela chorava e gritava por socorro.

Obs: A cada capítulo será mostrada as visões de um personagem. 

Um comentário: